quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Envelhecer



Envelhecer


Neste trecho de nossas mensagens sobre a vida como ela é – Uma realidade espiritual por trás de uma vida real, não poderíamos deixar de tratar de um tema que é relevante a todos mesmo que alguns comecem a perceber isto tardiamente: o ato de envelhecer. Ele está presente em nossas vidas desde que somos concebidos. Diariamente células morrem em nosso organismo e outras novas vão nascendo até o dia que seremos fisiologicamente incapazes de produzi-las.
Segundo o Qoheleth devemos lembrar de Deus antes que estes dias aconteçam, e compreender que eles chegarão para todos. Ele diz:  ”Lembre do seu Criador enquanto você ainda é jovem, antes que venham os dias maus e cheguem os anos em que você dirá: “Não tenho mais prazer na vida.” Eclesiastes 12.1
O problema do envelhecimento, é que em nossa cultura ele é representado pela segregação, pela desolação e pela perda do ser.  Em uma sociedade utilitarista, aqueles que não podem mais produzir não prestam para viver. No canto em que os colocamos, nos higienizamos da sua presença  para não encarar o nosso próprio fim. Destarte, deixamos que fiquem cada dia mais introvertidos em sua memória e calamos as suas vozes na comunidade, os deixamos presos em seu silêncio desfrutando o desprezo, a culpa, a depressão e perdendo todos os dias o ato de simplesmente ser. Os mais inconformados e privilegiados de saúde, ao perceber a chegada dos “dias maus”, ajuntam-se em tribos da idade, seja ela terceira ou de ouro, julgando já ter cumprido o seu papel e deste modo maquiando o que a necessidade da ausência de bons velhos tem feito com a sociedade.
Vou terminar com uma antiga lenda para ilustrar porque precisamos aprender a envelhecer: Uma tribo matava seus velhos e os comiam pois acreditavam deste modo proteger a sua vila  no caso de um grande ataque inimigo, pois não precisariam socorrê-los. Além disso criam que comendo-os, o resto de suas energias vitais eram incorporadas dando aos novos mais energia para a fuga. Certa feita, na eminência de um ataque eles precisavam construir um forte, pois não haveria tempo de fuga por causa da pouca velocidade de suas crianças. A questão era dos carvalhos existente na região, somente a parte mais forte do tronco resistia a fortes ataques, pois a outra era muito mole. Apenas os velhos tinham o conhecimento da posição correta daquele tronco afim de montar corretamente as defesas da vila. Desesperados por não ter velhos entre eles, achavam que iam morrer, até que alguém trouxe um velho e amado pai que fora escondido para não ser morto. Aquela vila construiu em tempo suas defesas, foram salvos do ataque, e deixaram de praticar aquele rito.
“Os bons florescem como as palmeiras; eles crescem como os cedros dos montes Líbanos. Eles são como árvores plantadas na casa do Senhor, que florescem nos pátios do Templo do nosso Deus.  Na velhice, eles ainda produzem frutos; são sempre fortes e cheios de vida.” Salmo 92.12-14
luciofidalgo

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