terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Bíblia, o Judaísmo e a Reencarnação




I - A origem e o desenvolvimento
A reencarnação é uma das doutrinas religiosas mais antigas de todos os tempos, e como tal, já assumiu diversos contornos. Dois pontos fundamentais, contudo, são comuns a praticamente todas as doutrinas: 
· Que em um dado momento, a alma/espírito regressaria a outro corpo humano, tomando a forma de uma nova pessoa. 
· Que essa migração de um corpo a outro teria relação com uma espécie de evolução espiritual, purificando a alma/espírito de suas transgressões. 
A origem do conceito reencarnacionista está na Índia, entre 1000 e 800 AC. No hinduísmo, a reencarnação está diretamente associada ao conceito do carma. O carma (termo que pode ser traduzido como "ação") pode ser pensado como um sistema de causa e efeito. Em linhas gerais, o passado, o presente e o futuro do ser humano estão delineados segundo aquilo que ele próprio realizou ou definiu anteriormente. Por exemplo, se um homem nasce cego, é porque fez algo de ruim em uma vida anterior, e está experimentando as conseqüências de seus atos. 
A idéia do hinduísmo é que os prazeres materiais servem como uma espécie de desvio do propósito superior da alma. Assim sendo, quando a alma consegue viver, através de suas vidas, uma encarnação mais ascética, atinge o que se chama de "moksha" ou "salvação/liberação". 
Dada a proximidade geográfica, a doutrina da reencarnação passou a ser adotada também na religião babilônia, especialmente com relação à mitologia do panteão de deuses babilônios. Como exemplo temos a história de Tamuz, filho de Semíramis, considerado uma reencarnação do rei-divino Nimrod. Associada à idéia da divindade dos reis, a doutrina da reencarnação ganhou força. Se anteriormente a subida de um novo rei ao poder imperial significaria a derrota de um dos deuses do panteão, agora poder-se-ia considerar que o novo rei representaria sucessivas reencarnações, fazendo com que a disputa de poder entre os deuses do panteão se tornasse uma roda infindável. 
Ao longo do desenvolvimento histórico das civilizações mesopotâmias, a doutrina acabou por também encontrar um nicho dentro da religião egípcia, provavelmente trazida pelo império assírio. No Egito, tomou proporções importantes, ao ponto de Heródoto afirmar: 
"Os egípcios foram os primeiros a assegurarem a imortalidade da alma, e que ela passa da morte do corpo a outro animal; e quando percorreu o ciclo de todas as formas de vida na terra, na água e no ar, ela mais uma vez adentra um corpo humano que lhe nasce; e este ciclo da alma leva três mil anos" (Heródoto 2:123) 
Na realidade, foi a partir dos egípcios que a doutrina se tornou mais popular, embora em sua origem esteja o hinduísmo. No chamado "Livro dos Mortos", a doutrina da reencarnação está associada à punição pelo pecado. A alma de um pecador se reencarnaria num animal, para pagar por seus pecados. 
A partir do Egito, a doutrina reencarnacionista é adotada pelos gregos por volta do século 6 AC. É através da cultura e pensamento gregos que a doutrina se populariza. O reencarnacionismo ganha força através do filósofo grego Pitágoras, por volta do século 4 AC. 
Na origem da crença da filosofia grega estavam os cultos a Orfeu. A reencarnação permanecia compreendida como uma forma de expiar pelos pecados de uma vida passada. Após 10 reencarnações, a alma poderia então se unir aos deuses do panteão grego, tendo atingido seu estado de purificação. 
Na filosofia grega, a reencarnação é conhecida como metempsicose. É mencionada nos escritos de alguns dos principais filósofos gregos como Sócrates, Pitágoras e Platão. 
Da filosofia grega, tal crença passou a ser adotada pelo Gnosticismo por volta do século 1 DC. O gnosticismo era um movimento altamente sincrético, que combinava e absorvia elementos mitológicos das regiões por onde se espalhava, e que se pautava fortemente na filosofia grega. 
A maleabilidade do gnosticismo, capaz de se combinar a diferentes panos-de-fundo religiosos, em muito contribuiu para que a doutrina da reencarnação encontrasse porto em diversas crenças religiosas ao longo da história. Vale destacar que as sociedades secretas surgidas ao longo da história como fontes de conhecimento mais elevado para os iniciados é fundamentalmente uma nova roupagem para o gnosticismo. Dentre essas, podemos apontar as ordens místicas maometanas, as seitas cabalísticas dentro do Judaísmo, bem como as ordens maçônicas e derivadas dentro do Cristianismo. 

II - A Reencarnação dentro do Judaísmo 

A reencarnação não é, como vimos, uma doutrina originalmente judaica. De fato, tal doutrina foi ferrenhamente combatida por diversos rabinos ao longo dos séculos. A Enciclopédia Judaica assim comenta a origem dentro do Judaísmo: 
"Esta doutrina era estranha ao Judaísmo até cerca do século 8, quando, pela influência dos místicos maometanos, foi adotada pelos caraítas e por outros dissidentes judeus. Ela é pela primeira vez mencionada na literatura judaica por Saadia, que protestava contra essa crença, que em seu tempo era compartilhada pelos Yudghanitas ou por quem quer que ele desdenhosamente chamasse de 'supostos judeus'... (ele) dizia que nem sequer consideraria útil demonstrar a tolice e baixa mentalidade dos que criam na metempsicose, caso ele não temesse que eles exercessem uma influência perniciosa sobre outros ('Emunot ve'De'ot 6)." 
Por muitos séculos, havia pouquíssimos adeptos dessa crença dentro do Judaísmo. Nem mesmo dentro do movimento caraíta, que posteriormente rejeitaria o misticismo de seu fundador Anan Ben David. Todavia, os temores de Saadia Gaon vieram a se confirmar muitos séculos depois, com o alastramento da Cabalá. Sobre isso, a Enciclopédia Judaica narra: 
"A doutrina contava com tão poucos adeptos dentre os judeus que, com a exceção de Abraham ibn Daud ('Emuná Ramá' 1:7) nenhum filósofo judeu até Hasdai Crescas [século 14 DC] achou necessário refutá-la. Somente com o alastramento da Cabalá [essa crença] começou a se arraigar no Judaísmo, e então ganhou adeptos mesmo entre homens que tinham pouca inclinação ao misticismo... Os cabalistas ansiosamente adotaram a doutrina em razão do vasto campo que ela oferecia à especulação mística." 
A Enciclopédia Judaica diz ainda que seus críticos a consideravam "uma superstição pagã, que se opunha ao espírito do Judaísmo." 
Não é à toa que nenhum documento judaico anterior à idade média mencione o conceito reencarnacionista. Nem o Tanach (Primeiro Testamento) nem tampouco o Talmud falam sobre tal coisa. Todas as menções dos cabalistas a textos do Tanach ou do Talmud em suposta associação à doutrina reencarnacionista são altamente interpretativos e especulatórios. 
Com a influência mística das escolas gnósticas, a Cabalá aos poucos foi ganhando terreno dentro do Judaísmo, apesar dos protestos de sábios como Rambam (Maimônides), que desejavam manter a pureza dos preceitos judaicos. 
Na idade média, surgiu literatura que respaldasse a crença reencarnacionista. A principal sistematização da reencarnação com roupagem judaica está na descrição do Zohar sobre o que é chamado de "guilgul neshamot" (transmigração das almas). 
Segundo o Zohar, as almas são criadas e destinadas a um determinado local. Ao regressarem de sua estadia na terra, caso estejam impregnadas de pecado, devem regressar ao mundo para evitarem o Guehinom (inferno). As almas, através, de boas obras, são purificadas de seus pecados pregressos. Segundo os cabalistas, as almas costumam migrar para até três corpos antes de atingirem seu destino final. 
A influência do Zohar nas crenças cabalistas, e fundamentalmente na transformação da reencarnação em crença básica do Judaísmo, não pode ser desprezada. Em sua obra "Nishmat Chayim", o rabino Manasseh ben Israel (século 17 DC) demonstra como sua base está nas obras cabalistas, e não nas Escrituras antigas. Vale ressaltar, contudo, que o Zohar e outras obras, para os cabalistas têm importância de escritura.: 
"Temos portanto a obrigação de obedecer e aceitar este dogma com aclamação... pois a verdade dele tem sido incontestavelmente demonstrada pelo Zohar, e por todos os livros dos cabalistas." 

III - A Falsa premissa sobre Josefo 

Aqueles que procuram afirmar que a reencarnação tem origem antiga dentro do Judaísmo apontam para uma suposta afirmação do historiador Flavio Josefo de que os p'rushim (fariseus) criam em reencarnação. Mas, será verdade? E, se for, por que a crença foi rejeitada tão veementemente no Judaísmo até a idade média? 
Analisemos as palavras de Josefo: 
"Eles [os fariseus] também crêem que as almas têm um poder imortal nelas, e que sob a terra haverá recompensas e punições, dependendo de se viveram virtuosamente ou viciosamente nesta vida. Os últimos serão detidos em uma prisão eterna, mas os primeiros terão o poder de ressuscitarem e viverem novamente." (Antiguidades 18:1:3) 
Aqui, fica muito claro que a idéia de Josefo de que as almas dos justos viverão novamente se refere à ressurreição dos mortos, e não à reencarnação. Isso fica particularmente evidente porque Josefo está comparando as três principais seitas judaicas da época, e afirma categoricamente que: 
"Mas a doutrina dos saduceus é esta: que a alma morre com os corpos."
(Antiguidades 18:1:4) 
Os tsedukim (saduceus) não criam que haveria uma ressurreição, ao contrário dos p'rushim (fariseus) e assa'im (essênios). Em outras palavras: A questão nada tem a ver com o reencarnacionismo. Na época de Yeshua, essa doutrina inexistia nos meios judaicos. 

IV - A Bíblia suporta a Reencarnação? 

Abaixo, analisemos alguns argumentos dos reencarnacionistas para afirmarem que a Bíblia daria respaldo a essa tese. 
David reinaria sobre o povo 
Os reencarnacionistas apontam para alguns versículos como Yehezkel (Ezequiel) 37:24 e Yirmiyahu (Jeremias) 30:9 para afirmar que o Mashiach seria uma reencarnação de David: 
"E meu servo David será rei sobre eles, e todos eles terão um só pastor; e andarão nos meus juízos e guardarão os meus estatutos, e os observarão." 
"Mas servirão a YHWH, seu Elohim, como também a David, seu rei, que lhes levantarei."
Todavia, se analisarmos as demais profecias acerca de David, perceberemos que a realização do reinado de David sobre o povo dará por meio de sua posteridade:
"Eis que vêm dias, diz YHWH, em que cumprirei a boa palavra que falei à casa de Israel e à casa de Yehudá. Naqueles dias e naquele tempo farei brotar a David um Renovo de justiça, e ele fará juízo e justiça na terra. Naqueles dias Yehudá será salvo e Yerushalayim habitará seguramente; e este é o nome com o qual Elohim a chamará: YHWH Tsedekeinu. Porque assim diz YHWH: Nunca faltará a David homem que se assente sobre o trono da casa de Israel;" (Yirmiyahu/Jeremias 33:14-15)
"Acerca de seu Filho, que nasceu da semente de David segundo a carne." (Ruhomayah/Romanos 1:3) 
"Homens irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca David, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Elohim lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Mashiach, para o assentar sobre o seu trono." (Ma'assei haSh'lichim/Atos 2:29-30) 
Podemos perceber com muita clareza que a única forma de tentar defender a reencarnação através dessa profecia é tirando-a do contexto bíblico global. O Mashiach seria um descendente de David, e não uma reencarnação do mesmo. 
Reencarnação de Eliyahu/Elias? 
Outro argumento comum é afirmar que Yochanan HaMat'vil (João, o Imersor) seria uma reencarnação de Eliyahu (Elias). Para tanto, utilizam-se da passagem abaixo: 
"Pois todos os profetas e a Torá profetizaram sobre Yochanan. E, se quereis dar crédito, é este o Eliyahu que havia de vir" (Matitiyahu/Mateus 11:13-14) 
Afirmam os reencarnacionistas que Yeshua teria dito que Yochanan (João) seria Eliyahu literalmente. Todavia, trata-se mais uma vez de uma mensagem descontextualizada. O primeiro problema dessa mensagem é o mais básico: Eliyahu não morreu! Como pode uma pessoa que não morreu ser utilizada como respaldo para a doutrina da reencarnação? 
"E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Eliyahu subiu ao céu num redemoinho. O que vendo Elisha, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, pegando as suas vestes, rasgou-as em duas partes."
(Melachim Beit/2 Reis 2:11-12) 
O próprio Yochanan (João) afirma que ele não era Eliyahu (Elias): 
"E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Eliyahu? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não." (Yochanan/João 1:21) 
Como, portanto, entender a questão da profecia de que Eliyahu (Elias) viria antes do Mashiach? A idéia é simples: A profecia se refere, em linguagem figurativa, a um mensageiro que veria no mesmo propósito e com a mesma Ruach (Espírito) de Eliyahu. Lucas esclarece a questão:
"E irá adiante dele na Ruach e virtude de Eliyahu, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar a YHWH um povo bem disposto." (Lucas 1:17) 
Os reencarnacionistas alegam que se Yochanan (João) viria no mesmo espírito de Eliyahu (Elias), isso prova que ele seria uma reencarnação do último. Todavia, na realidade aqui o Espírito de Eliyahu é a Ruach HaKodesh (Espírito Santo) que repousava sobre ele. 
Podemos ter certeza disso porque em Melachim Beit (2 Reis) 2:9, o profeta Elisha (Eliseu) também recebe da mesma Ruach (Espírito): 
"Sucedeu que, havendo eles passado, Eliyahu disse a Elisha: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Elisha: Peço-te que haja porção dobrada de tua Ruach sobre mim." (Melachim Beit/2 Reis 2:9) 
Cai por terra, portanto, o último elemento do argumento reencarnacionista. Como podemos ver, ao analisar as Escrituras como um todo, o contexto fica bem claro. 
Yeshua é reencarnação de Adam? 
Alguns chegam até mesmo ao ponto de argumentarem que Yeshua seria uma reencarnação de Adam (Adão). Para tanto, utilizam-se de algumas semelhanças entre ambos, e de passagens tais como: 
"Assim está também escrito: O primeiro homem, Adam, foi feito em alma vivente; o último Adam em espírito vivificante" (Curintayah Alef/1 Coríntios 15:45) 
Novamente, os reencarnacionistas precisam ignorar o restante do contexto para que seus argumentos possam ser utilizados. O próprio restante do texto já deixa claro que Yeshua não é literalmente Adam:
"Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal; depois o espiritual. O primeiro homem, sendo da terra, foi terreno; o segundo homem foi o [próprio] YHWH dos céus. Qual o terreno, tais também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, que possamos também trazer a imagem daquele que é celestial." (Curintayah Alef/1 Coríntios 15:46-49)
Está muito claro que Adam tipificava o Mashiach. Está também claro que a imagem não é o original. Como também está claro em outras passagens, como a abaixo: 
"No entanto, a morte reinou desde Adam até Moshe, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adam, o qual é a figura daquele que havia de vir." (Ruhomayah/Romanos 5:14) 
Transformação = Reencarnação? 
Outra passagem que é citada pelos reencarnacionistas é Curintayah Alef/1 Coríntios 15:51, que diz: 
"Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados." 
O mistério, segundo os reencarnacionistas, é que a transformação em questão seria a tal reencarnação. Todavia, será que o contexto suporta isso? Vejamos: 
"num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som do último shofar; porque o shofar soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória." (Curintayah Alef/1 Coríntios
5:52-54)
Aqui claramente o contexto é o dia do retorno de Yeshua, em que a morte deixará de existir. Naquele momento, os mortos ressuscitarão. E a transformação? É simples: Aqueles que ainda estiverem vivos quando Yeshua retornar não passarão pela morte física - ou talvez poderemos dizer que a sua morte física durará uma fração de segundos - pois serão automaticamente revistidos do corpo da incorruptibilidade. 
Como podemos ver, o texto não tem absolutamente nada a ver com reencarnação. 

V - O Problema da Reencarnação 

Apesar da Bíblia nada afirmar sobre a reencarnação, alguns afirmam que a Bíblia também não afirma que a reencarnação não existe, e que o assunto é misterioso. 
Será mesmo que nenhuma conclusão pode ser tirada da Bíblia? Analisemos os principais pontos da doutrina reencarnacionista: 

1) O Carma

A doutrina reencarnacionista parte da premissa de que aquilo que nos acontece de ruim nesta vida está diretamente associado a algo que aconteceu em uma vida pregressa. A Bíblia dá base para crermos nisso? 
A resposta é: Muito pelo contrário! A Bíblia nos afirma que muitos dos nossos sofrimentos advêm exatamente da nossa fidelidade a Elohim, porque o Reino dEle não é deste mundo: 
"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se vós fósseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa." (Yochanan/João 15:18-20)
"Benditos sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós." (Matitiyahu/Mateus 5:11-12)
Repare que enquanto a doutrina do carma fala de consequências sobre uma vida futura, a Bíblia nos diz que as nossas boas obras serão como tesouros ajuntados nos céus. Veja ainda:
"Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam." (Matitiyahu/Mateus 6:19-20) 
A Bíblia também afirma que a esperança do iníquo se acaba quando ele perece. Ou seja, ele não acumula dívidas para uma vida posterior: 
"Morrendo o homem perverso perece sua esperança, e acaba-se a expectação de riquezas." (Mishlei/Provérbios 11:7) 
Podemos, portanto, concluir que a doutrina do carma é completamente contrária aos preceitos bíblicos. 

2) Múltiplas Vidas? 

Ao contrário do que diz o Zohar, o She'ol (ou lugar dos mortos) não pode ser evitado por aqueles que querem "escapar da condenação". A Bíblia deixa claro que ninguém há que possa evitar ou vencer a morte por conta própria: 
"Que homem há, que viva, e não veja a morte? Livrará ele a sua alma do poder do She'ol?" (Tehilim/Salmos 89:48) 
A Bíblia também afirma de forma explícita que o homem só vive uma única vez, antes do fim dos tempos: 
"E, assim como aos filhos dos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também a oferta do nosso Mashiach foi uma só vez, para expiar pelas iniquidades de muitos. E Ele entrará uma segunda vez [no mundo], a fim de aparecer sem pecado aos que O esperam para a salvação eterna."
(Ivrim/Hebreus 9:27-28) 
A Bíblia é bem clara: Depois da morte, aguardamos o juízo, que ocorrerá na volta de Yeshua. Não existem múltiplas vidas. 

3) Podemos ser purificados por boas ações?

A doutrina reencarnacionista também parte do pressuposto de que podemos ser purificados através dessas múltiplas vidas. Esse é o principal objetivo da reencarnação. 
O que a Bíblia nos diz a esse respeito? 
"Mas quando apareceu a benignidade e amor de Elohim, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação da Ruach HaKodesh, que abundantemente ele derramou sobre nós por Yeshua HaMashiach nosso Salvador; para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna." (Tito 3:4-7) 
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Elohim. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." (Efessayah/Efésios 2:8-9) 
"E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos."
(Ma'assei haSh'lichim/Atos 4:12) 
Podemos ver que a justificação e consequente salvação só vem por intermédio da fé em Yeshua HaMashiach, mediante a graça de Elohim. Qualquer homem que acredite que pode salvar a si mesmo está iludido. 

4) Para quê Yeshua? 

A Bíblia nos revela o propósito da vinda de Yeshua: 
"Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas YHWH fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos." (Yeshayahu/Isaías 53:5-6) 
A doutrina da reencarnação torna absolutamente inútil e ineficaz a vinda de Yeshua HaMashiach, pois se o homem pode salvar-se a si mesmo, por que YHWH precisaria vir morrer por nós no madeiro, tomando sobre si as nossas transgressões? 
Como podemos ver, a Bíblia é totalmente contrária aos principais princípios do reencarnacionismo. É impossível reconciliá-lo a uma crença bíblica. 

VI - O Alerta da Bíblia 

Por fim, a Bíblia nos adverte para que não absorvamos doutrinas que sejam estranhas às Escrituras em nossas crenças: 
"Se alguém ensina algum outro ensinamento, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Adon Yeshua HaMashiach, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe..." (Timoteus Alef/1 Timóteo 6:3-4) 
Se a doutrina reencarnacionista é completamente contrária ao ensinamento sobre a obra sacrificial de Yeshua, e se o ensinamento sobre a obra sacrificial de Yeshua vem de Elohim, qual a origem dessa doutrina estranha? 
"Mas a Ruach expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."
(Timoteus Alef/1 Timóteo 4:1) 
E, por fim: 
"E não andeis nos costumes das nações que eu expulso de diante de vós, porque fizeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles." (Vayicrá/Levítico 20:23) 

VII - Conclusão 

A reencarnação é uma doutrina que: 
Ø Não encontra qualquer respaldo nas Escrituras. 
Ø É contrária ao ensinamento sobre a salvação em Yeshua. 
Ø Originou-se no hinduísmo, uma religião absolutamente pagã. 
Ø Só começou a se propagar no Judaísmo no século 8 DC. 
Ø Está associada aos ensinamentos gnósticos, contra os quais os emissários de Yeshua já nos advertiram. 
Ø Não possui qualquer respaldo nos escritos judaicos anteriores à idade média. 

ATENÇÃO!!     Trata-se, portanto, de uma doutrina que deve ser rejeitada por todos os israelitas, especialmente os seguidores de Yeshua.




                                                       Luciofidalgo

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