Nefilim
O termo Nefilim deriva do hebraico
‘nefilím’, que tem o sentido de ‘desertores, caídos, derrubados’. Há nesta
palavra uma referência constante a algo que sofreu uma queda ou que está
perdido. No idioma aramaico a constelação de Orion, que na tradição hebraica
está vinculada ao anjo Shemhazai, é denominada Nephila, segundo o Livro de
Enoque, versão apócrifa do Antigo Testamento.
Nas Sagradas Escrituras é possível encontrar
inúmeras referências aos filhos de Elohim, ou seja, da Divindade ou, como também são conhecidos, os
seres heroicos que geraram os Nefilins. Normalmente os frutos das relações
entre estes supostos anjos caídos e as filhas dos homens são descritos como
criaturas gigantescas, as quais se popularizaram como os antigos heróis e os
valentes que povoam mitos de diversas culturas.
Resta saber o que eram, afinal, os Nefilins. Há
várias teorias e hipóteses que procuram responder estas indagações. As lendas
dos hebreus afirmam serem eles super-heróis que usavam o poder para praticar o
mal. Sua constituição genética era uma mescla de genes dos anjos caídos e dos
humanos.
Teólogos e pesquisadores dos textos bíblicos não conseguem, até nossos dias, entrar em acordo sobre os Nefilins. Há
pelo menos duas correntes principais sobre este tema. O erudito inglês G. H.
Pember defende que os assim chamados ‘Filhos de Deus’, insistentemente citados
no Gênesis, são anjos que, uma vez no Planeta Terra, tiveram relações com
mulheres humanas e, por esta razão, foram severamente castigados pelo Criador e
projetados no abismo.
Suas crias seriam uma mistura de características
humanas e angélicas. Os cristãos primitivos acreditavam nesta teoria, a qual
vigorou durante a Era Medieval. No Livro de Enoque consta esta mesma versão.
Outra linha de pensamento postula que os Nefilins
não eram seres angelicais, e sim os herdeiros de Sete, filho de Adão, os quais
eram ainda apóstolos de Deus. As ‘filhas dos homens’ seriam as descendentes de
Caim, distanciadas do Criador; os filhos de ambos eram considerados entes
heróicos, porém vistos pelas Sagradas Escrituras como espíritos em queda, por
terem se afastado dos caminhos do Senhor.
A favor desta corrente está a ideia de que os anjos
não poderiam gerar outros seres e, ao mesmo tempo, a expressão ‘filhos de Deus’
só podia denominar os verdadeiros fiéis do Criador. Pensadores como Agostinho, C. I. Scofield e Gordon Lindsay
faziam parte deste grupo.
Um movimento de natureza evolucionista proclama que
estas criaturas eram herdeiras de Adão, enquanto as descendentes dos homens
provinham de uma estirpe mais primitiva, no caso a Neandertal. Hoje
investigações da Ciência confirmam que 4% do DNA humano vêm desta raça.
Outros pensadores explicam este hibridismo como uma
suposta experimentação genética que as criaturas angelicais teriam realizado no
aparato biológico humano daqueles tempos, como uma maneira de induzir a
evolução do corpo físico da Humanidade.
Nas Sagradas Escrituras o leitor vai encontrar
expressões como ‘anjos caídos’, espíritos impuros’, e ‘demônios’, todas
utilizadas para denominar os Nefilins; no Livro de Enoque há ainda outro título:
Vigilantes.
Lucio fidalgo
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