1. SEM
NOME PARTICULAR
Uma divisão é chamada de
denominação porque foi denominada por um nome especial. Assim, o primeiro fator
de uma denominação é um nome especial. Nem o sol nem a lua tem um nome
particular. O sol é sol e a lua é lua. Jamais ouvi que alguém tenha dado um nome
ao sol ou à lua. Tampouco os dois precisam de um nome. Onde quer que eu esteja:
Estados Unidos, na Europa ou no Extremo Oriente, a lua é a lua e o sol é o sol.
No máximo posso falar da lua em Sidney, a lua em Paris ou a lua em Recife. Dar
um nome especial a certo grupo de cristão é constituí-los numa facção, numa
denominação. Isso os torna uma facção denominada, uma facção divisiva com um
nome particular.
Qualquer grupo cristão que
tenho um nome particular é uma divisão, uma seita. Não deveríamos ter qualquer
outro nome além do nome do Senhor Jesus. Cremos em Seu nome e fomos batizados
para dentro do Seu nome agora estamos nos reunindo em Seu nome. Jamais pense
que a questão do nome seja algo insignificante. Tenho de usar meu nome em tudo
o que faço. Usar um outro nome é ser enganador. Jamais pense que não faz
diferença você chamar a si mesmo de Almeida ou Mendonça. O nome é Witness Lee.
Você não pode chamar-me de sr. Almeida. O nome significa tudo. Se uma herança
me fosse aquinhoada em meu nome, Witness Lee, mas eu chamo a mim mesmo de sr.
Almeida, perderia o direito de reivindicar e desfrutar essa herança.
Nunca negligencie essa questão
do nome. Tomar qualquer outro nome além do nome do Senhor Jesus é uma forma de
fornicação espiritual. Quão errado seria minha esposa, sra. Witness Lee, sair
com o nome de outro homem! Uma mulher casada tomar um outro nome é fornicação.
Jamais pense que essa questão é insignificante. O Senhor Jesus louvou a igreja
em Filadélfia porque eles não negaram o Seu nome (Ap.3: 8). Se honramos o
Senhor e sinceramente queremos levá-Lo a sério, com certeza renunciaremos a
qualquer outro nome afora o nome do Senhor Jesus. Fomos batizados para dentro
do nome do Senhor Jesus. Ao se dirigir aos contenciosos na igreja em Corinto,
Paulo disse: "Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo,
e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Acaso Cristo está dividido? Foi
Paulo crucificado em favor de vós, ou fostes porventura, batizados em nome de
Paulo?" (1 Co 1:12-13). Paulo aqui parecia estar dizendo: "Por que
vocês dizem que são de Paulo? Jamais poderiam dizer isso. Vocês não foram
batizados para dentro do meu nome - foram batizados para dentro do nome do
Senhor Jesus Cristo. Vocês não devem estar sob qualquer outro nome."
2. NENHUMA COMUNHÃO PARTICULAR
Fomos batizados para dentro do único
nome, o nome acima de todo nome e também fomos chamados para dentro da comunhão
do Filho de Deus (1 Co 1:9). Essa comunhão do Senhor Jesus tornou-se a comunhão
dos apóstolos (At 2:42). Em 1 João 1:3 diz-se: "O que temos visto e ouvido
anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão
conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo."
O "nós" e "conosco" mencionados nesse versículo referem-se
aos apóstolos. O apóstolo João parecia estar dizendo: "Nós, os apóstolos,
proclamamos a vocês a vida divida. Nessa vida vocês podem ter comunhão conosco,
e nossa comunhão é com o Pai e com o Filho". Essa comunhão é também
chamada de participação. O significado é o mesmo. Seja qual for o termo que
usemos, há algo chamado comunhão, a participação comum em Cristo, o qual é
comum a todos os crentes NEle. Quem quer que tenha crido para dentro Dele está
agora na comunhão do nosso maravilhoso Senhor. Essa comunhão é comum a você, a
mim e a todo regenerado. Entretanto, muitos cristãos não têm essa comunhão
única. Antes, eles têm uma assim chamada comunhão diferente, especial. Toda
comunhão especial constitui-se numa divisão. Alguns cristãos podem não ter um
nome denominacional, isto é, podem não ter um nome para o seu grupo, mas têm
uma comunhão particular. A comunhão deles não é tão ampla quanto a comunhão
comum do Filho de Deus. Pelo contrário, ela é restrita e particular.
3. NENHUM
ENSINAMENTO PARTICULAR
Alguns grupos não têm um nome,
mas têm um ensinamento particular que gera uma comunhão particular. Por
exemplo, alguns grupos crêem que todos os santos serão arrebatados antes da
grande tribulação. Qualquer pessoa que não apóie esse conceito deve
arrepender-se de sua própria doutrina antes de poder ter comunhão com esse
grupo. Por intermédio de tudo isso vemos que aquele grupo, insistindo na crença
do arrebatamento pré-tribulação, não tem somente a fé comum (Tt 1:4). Além da
fé comum, eles se apegam à crença do arrebatamento pré-tribulação. Esse
ensinamento particular gera uma comunhão particular e essa comunhão particular
se constitui numa divisão.
Até aqui, vimos três causas de
divisão: um nome particular, uma comunhão particular e um ensinamento
particular. Apenas um desses itens é suficiente para fazer de um grupo uma
divisão. Uma vez que você tem um nome particular, ou uma comunhão particular,
ou um ensinamento particular, você é uma divisão.
4.
COMUNHÃO UNIVERSAL, NÃO COMUNHÃO ISOLADA
Pode haver alguns grupos cristãos que proclamem não ter nome,
comunhão ou ensinamento particulares. Declaram que odeiam qualquer outro nome
além do nome do Senhor Jesus e que não se apegam a qualquer comunhão ou
ensinamento particulares. Antes, recebem todos os tipos de cristãos genuínos.
Se for esse o caso, então precisamos verificar três outras coisas, nenhuma das
quais é simples. Primeiro, precisamos ver que tipo de comunhão eles têm. Embora
possam não ter um comunhão particular, a comunhão deles pode ser isolada, não
universal. Embora recebam todos os verdadeiros cristãos, não têm comunhão com
qualquer outra igreja. A comunhão deles é muito limitada e isolada em sua
própria esfera. Não é universal ou mesmo totalmente local. Isso faz deles uma
facção. Tal grupo não é a igreja naquela cidade - é uma facção local. Essa
questão é muito delicada e poucos são capazes de percebê-la. É fácil ver que
aqueles com um nome, uma comunhão ou um ensinamento particulares são facções.
É, porém, difícil ver que um grupo sem essas coisas ainda possa ser uma facção
se a sua comunhão for isolada. Embora tal grupo proclame ser a igreja em sua
cidade, ele é na verdade uma facção local.
5. Nenhuma
administração separada
Pode haver um grupo que não
tenha nome, ensinamento ou comunhão particular, e cuja comunhão não seja
isolada. Entretanto, eles podem insistir em ter uma administração separada, em
presbitério separado. Esse presbitério separado faz deles uma divisão. Não
importa quantos crentes possa haver numa certa igreja, a igreja naquela cidade
tem de estar sob um único presbitério com uma única administração. A cidade de
Manaus tem um único prefeito e uma única prefeitura. A cidade de São Paulo,
porém, que é muitíssimo maior que Manaus, ainda tem somente um prefeito e uma
prefeitura. Se a cidade de São Paulo tivesse mais de um prefeito, isso seria um
sinal de que a cidade foi dividida. Embora houvesse dezenas de milhares de
crentes em Jerusalém (At 21:20) e eles se reunissem em muitas casas, havia
somente um grupo de presbíteros. Ainda havia apenas um presbitério, uma única
administração.
Suponha que haja nesta cidade um grupo de cristãos cuja prática
lembre a nossa. Eles não têm nome, comunhão ou ensinamento particulares, e sua
comunhão é aberta a todos, a toda a igreja no mundo inteiro. Todavia, eles
insistem em manter um presbitério separado com uma administração separada.
Porquanto aquela administração separada é uma causa de divisão, esse grupo
também é uma facção. Se houver duas administrações numa cidade, então poderá
haver duas "igrejas" na cidade. É como ter dois prefeitos e duas
administrações em uma só cidade. Se for esse o caso, então aquela cidade tem de
ser dividida. Por intermédio de todos esses pontos podemos ver que não é algo
simples conhecer a igreja.
6. A
unidade universal e local da igreja
A igreja é uma universalmente e
localmente. Há somente uma única igreja. Universalmente, a igreja é uma em
existência; localmente, a igreja é uma em manifestação. A igreja no universo é
uma e a igreja manifestada numa cidade é também uma. A palavra do Senhor
"sobre esta pedra edificarei a minha igreja" (Mt 16:18), esta
relacionada à igreja universal. Seguindo-se a isso, em Mateus 18 o Senhor falou
sobre a manifestação da igreja numa loalidade. Se dois ou três não conseguem
resolver eles mesmos um problema, devem dizê-lo à igreja. Essa certamente não é
a igreja universal, mas a igreja na cidade onde aqueles crentes vivem. Nos
quatro Evangelhos, o Senhor mencionou a igreja duas vezes, uma vez no aspecto
universal e outra no aspecto local.
A FIGURA
CLARA NA BÍBLIA
No livro de Atos, a igreja não
é mencionada segundo o aspecto universal, mas segundo o aspecto local. Atos 8:1
fala da igreja em Jerusalém, não da igreja no universo. Atos 13:1 fala da
igreja numa outra localidade, a igreja em Antioquia. Sabemos por Apocalipse
1:11 que havia seta igrejas em sete cidades da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna,
Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadéfia, e Laodicéia. Igrejas também foram
levantadas na Europa. Havia, por exemplo, uma igreja em Corinto (1 Co 1:2). É
claramente retratado na Bíblia que a igreja é universalmente uma em sua
existência e localmente uma em sua manifestação. Onde quer que a igreja esteja,
ela é sempre uma. Embora haja uma única igreja universal, em muitas cidades há
a igreja em seu aspecto local, uma igreja em cada cidade.
LucioFidalgo
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